A re-invenção do fogo - Ou (talvez) uma das ultimas oportunidades para Portugal se re-inventar!

Julgo que ninguém duvida sequer no Mundo, que as energias renováveis vão constituir enorme riqueza para quem primeiro conseguir materializar redes e sistemas o mais integrados possível, tirando partido das actuais mais recentes tecnologias, e sobretudo de uma forte capacidade de inovação, a qual só por si constitui já hoje o grande motor das economias mais desenvolvidas do mundo.
Até aqui julgo que não terei nenhuma contestação de ninguém porque todos estaremos de acordo.
Pois se temos um País com exíguos recursos naturais à luz do Séc XIX (embora não tão poucos assim e ainda dignos de serem explorados, como é o caso do lítio para as baterias dos automóveis eléctricos, onde, vejam senhores, até a sorte se conjura para nos ajudar, e nós teimamos em não apanhar o comboio!!??), será natural sejamos os primeiros que nada temos a perder (nem sequer temos que destruir valor com outros países terão que fazer!), a lançarmo-nos “de cabeça” em projectos inovadores, tirando partido do enorme potencial criativo, já demonstrado ao longo de gerações de portugueses inventores, como é o caso das energias alternativas.
Não temos petróleo, gás natural, produção de combustíveis de origem vegetal, ou qualquer outra fonte de energia de rentabilidade assegurada, pois tudo temos de adquirir ao estrangeiro, excepto o que algumas barragens produzem, mas que não serve nem metade das nossas necessidades energéticas, seria, à luz dos conhecimentos que detenho e do que outros países estão já a fazer, de começar já hoje, e em força, a investir fortemente num projecto global e abrangente para o País inteiro, que integrasse os vários sub-sistemas de energias renováveis, incluindo neles o nosso mar sem fim!!
E por isso não entendo um Portugal, os Portugueses, o Governo e os empresários deste País, que se continuam a manter de braços cruzados, à espera que a crise passe, e hesitam em se lançar como toda a sua força em projectos de energias renováveis, como base na energia solar e eólica, pelo país inteiro onde fossem obrigatoriamente incluindos os Municípios de Norte a Sul, que teriam que garantir algum nível de empreendedorismo, tal como as empresas do Estado (que com os elevados lucros que obtêm à custa do esforço dos portugueses) bem poderiam investir em projectos à partida altamente rentáveis.
Haveria que lançar igualmente um carro eléctrico, mas de tecnologias e/ou integração de componentes integralmente portugueses, e tirando igualmente partido das ultimas tecnologias e inovações do mundo neste segmento, que viesse a ser de tal forma competitivo, que a sua adopção para os percursos citadinos não oferecesse qualquer dúvida aos cidadãos dentro de 2-3 anos (numa relação custo/benefício inequívoca e bem atractiva). Existem já tecnologias de carros eléctricos em projectos "open-source". Qual a dificuldade então??
A par com o lançamento de uma rede de parques de estacionamento pelo país inteiro e outros edifícios públicos e privados, que teriam obrigatoriamente painéis solares e geradores eólicos, adaptados com sistemas de abastecimento para os veículos.
Sobre o futuro dos carros eléctricos, de que eu não duvido sequer do seu sucesso a curto prazo em todo o mundo, pois é a tecnologia com mais maturação na industria automóvel, e alternativa de sucesso e já devidamente testada, relativamente aos tradicionais motores de combustão. E a vantagem para um país como o nosso é então de todo inegável.
Apenas para reforçar o argumento atrás referido, não quero deixar de citar alguém, não só acredita como já lançou mãos à obra e afirma mesmo que "Em menos de uma década, o carro eléctrico será, no mundo inteiro, o nº 1 de vendas. Esta é a maior oportunidade financeira que o mundo alguma vez já viu." E quem o diz é Shai Agassi, fundador da Better Place, a mais sofisticada empresa de carros elétricos do mundo. (http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2066975,00.html ).
O tão urgente re-lançamento da indústria portuguesa deveria processar-se em força sob a égide das energias renováveis, colocando centros de investigação e universidades interligadas muito de perto com as empresas (a tão badalada ligação Unversidades - empresas, mas nunca materializadas teria aqui a sua oportunidade de ouro), no sentido de criar produtos e soluções de ponta, inovadoras e sobretudo com a capacidade de poderem vir a ser competitivas nos mercados externos. Poderíamos assim, não só desenvolver-nos internamente, em termos de sistemas eólicos, tecnologias de painéis solares e outras que lhe estão agregadas, sistemas com exploração das energia das ondas do mar, etc, e sobretudo o desenvolvimento de gerações de EV (Carro eléctrico), que não só tivessem sucesso em Portugal, mas com o potencial competitivo de virem igualmente a ser apelativos nos mercados externos.
Deste modo, todas estas soluções baseadas nas tecnologias atrás referidas deveríam ter com o objectivo primário e logo ser norteadas na sua concepção, por forma a constituirem-se em produtos de excepcional qualidade, de inovação ímpar e de competitividade alargada, com vista à sua exportação massiva, de acordo com as necessidades específicas dos mais diversos mercados externos de todos os continentes, sem excepção. Neste objectivo estratégico nacional seria mandatório que toda a tecnologia possível fosse de incorporação nacional, muito embora encontrando externamente as sinergias, que hoje são uma mais valia em qualquer projecto, através das flexibilidade e agilidade proporcionadas pela globalização.
 O país teria aqui o seu grande impulso económico, de que nunca teve oportunidade ímpar ao longo da sua história, a não ser na época dos descobrimentos, podem crer.
E porque não haverá o País também de criar legislação mais efectiva que obrigue a que todas as novas construções (públicas e privadas) tenham que obrigatoriamente se dotar de autonomia em energia eléctrica e água potável baseadas em fontes de energias renováveis, em pelo menos 50% / 60 % dos seus gastos totais energéticos e de água potável.
De todos estes projectos e acções atrás referidos, não só resultaria imensa riqueza para o País, como uma enormidade de empregos, desde os que exigem menores qualificações até aos mais qualificadissímos quadros de gestão, técnicos e investigadores, de elevado potencial e realizações pioneiras mesmo.
Mas o que impede então o Governo, os Empresários, Organismos e Empresas do Estado, Parcerias estratégica Estado Empresas nestes domínios e bem negociadas, e outros, de avançar e fazer progredir a Nação Portuguesa?
Estarão, por preguiça e conformismo puro, à espera que seja uma qualquer multinacional, daqui a 3-5 anos, a vir concretizar inevitavelmente estes projectos e a lucrar aos milhões, mas para fora de Portugal ?
Portugueses, temos pela nossa frente uma das maiores oportunidades de o País sair na linha da frente, no campo das energias renováveis, e inovando por forma a superar a actual crise e mesmo a criar mais riqueza, de que tanto necessitamos para continuarmos a ser um País considerado desenvolvido, e com níveis de vida dignos de europeus, que somos e merecemos !
Então pergunto? De que estamos nós à espera para lançar mãos à obra e um projecto verdadeiramente ambicioso e de nível nacional ??
E para todos quantos ainda colocam em dúvida a aposta de Portugal nas energias renováveis e poderão não ter percebido adequadamente o alcance das ideias que aqui propus deixo esta nota extraída da página "Sourcing Innovation" (http://blog.sourcinginnovation.com/2011/04/03/you-know-your-country-is-falling-behind-on-sustainability-when-.aspx?ref=rss ).
" Você sabe que seu país está ficando para trás em sustentabilidade quando ...???
O país mais sujo, sábio em energia, no planeta quase igual ao seu (USA), tem produção eólica de energia per capita no prazo de cinco anos. Sustentabilidade é uma grande parte da estratégia da China e há de novo plano de cinco anos , e o objectivo é aumentar a produção de energia eólica de 90 gigawatts (GW) de energia até 2016 a partir do nível de produção actual de 40 GW. (Fonte: The Next Five Years ) Actualmente, os EUA, líder mundial na produção de energia eólica, produz 35 Meare GW de energia eólica.
Mas o mais importante é o compromisso da China de reduzir a intensidade energética por unidade do PIB em 16%, reduzir a intensidade de carbono por unidade do PIB em 17%, e não aumentar os combustíveis fósseis para 11,4% do mix de energia primária até 2015. Para um país que actualmente se baseia em carvão sujo (whch é de 70% do mix de energia), esta é uma meta agressiva. E ainda mais agressivos são os seus objectivos para 2020 de redução da intensidade de carbono por unidade do PIB em 40% e aumentar a produção de energia sustentável para 15%.
Considerando que a China tende a realizar tarefas que ele coloca a sua mente para, este é um começo impressionante para um esforço de sustentabilidade, que foi em face da necessidade" "A necessidade aguça o engenho".
Quem disse que as energias renováveis não podem ser o sucesso de Portugal nos próximos 5-10 anos?? Os "velhos do Restelo" ou quem não está informado o suficiente e se pronuncia sobre o que não sabe??
Autor: Francisco Gonçalves
10 May2012

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