Os portugueses teimam em não querer pensar por si próprios !

Os portugueses teimam em não querer pensar, abdicando mesmo de ter opinião própria, e nesse sentido limitam-se a seguir a "manada", e o primeiro politico que lhes promete aquilo que eles querem ouvir. E este é sem dúvida o maior desastre, e também o maior falhanço da democracia portuguesa, e também o maior desaire para Portugal e os portugueses, de hoje e de amanhã!

O povo português gosta de ouvir um politico bem falante, que lhe diga o que ele espera ouvir, não importa o conteúdo do que diz, ou as promessas que faz, ou mesmo o seu moral, carácter ou a sua capacidade e competência. Limita-se a existir e a seguir passivamente as opiniões que a imprensa, devidamente formatada, lhe oferece ao telejornal e também aquela que os seus clubes (ou partidos) para ele têm reservada, tal qual sermão e missa cantada de outros tempos à homilía de domingo. Nunca se questiona ou ousa divergir da opinião que o domina e lhe é imposta pelos sistemas mediáticos que o controla e sempre consegue amansar.

E sobretudo escolhe sempre o caminho mais fácil, que é o de seguir os outros, sem primeiro reflectir ou pensar sobre as opções que se lhe deparam.
Tal como um rebanho sempre pronto a seguir instintivamente o seu pastor, estará sempre nas mãos deste, independentemente das boas ou más intenções intenções que possa ter o referido encaminhador de almas perdidas.

Infelizmente, e ciclicamente, os mais diversos pastores destas pastagens, têm-se revelado sempre maus e invariavelmente sempre conduzido o seu dedicado e servil rebanho à toca do lobo mau. Mas ainda assim o povo conforma-se com o seu destino, não se zanga, não se opõe, não grita a sua revolta e cala a opressão. Vive a sua amargura na maior agrura, sem capacidade de sonhar e sem esperança ou ânimo, e logo se reagrupa e prepara para seguir de novo um qualquer mau pastor que se lhe apresente, e  por certo o conduzirá sempre fatalmente ao desaire e à fatalidade sem fim!

Neste sentido em portugal "a Democracia consiste em escolhermos os nossos ditadores, depois de nos dizerem o que achamos que queremos ouvir." [ Lei Murphy]

Francisco Gonçalves
09 April 2011


Texto saído do génio de Almada Negreiros - 
"poeta, futurista e tudo", 
"tudo a ver com o desgraçado momento presente", 
lido pelo próprio, vestido de operário, em Dez./1917 no 
Teatro República (ex-Dona Amélia, actual Teatro Municipal de São Luís, em Lisboa) na sua 
"I Conferência Futurista":

«...
Para criar a pátria portuguesa(...)não são necessárias fórmulas nem teorias; 
existe apenas uma imposição urgente: Se sois homens sede Homens, se sois mulheres sede Mulheres da vossa época.
Vós, ó portugueses da minha geração, que, como eu, não tendes culpa nenhuma de serdes portugueses. 
Insultai o perigo. 
Atirai-vos prà glória da aventura. 
Desejai o record. 
Dispensai as pacíficas e coxas recompensas da longevidade. 
Divinizai o Orgulho. 
Rezai a Luxúria. 
Fazei predominar os sentimentos fortes sobre os agradáveis. 
Tende a arrogância dos sãos e dos completos. 
Fazei a apologia da Força e da Inteligência. 
Fazei despertar o cérebro espontaneamente genial da Raça Latina. 
Tentai vós mesmos o Homem Definitivo. 
Abandonai os políticos de todas as opiniões: o patriotismo condicional degenera e suja; o patriotismo desinteressado glorifica e lava. 
Fazei a apoteose dos Vencedores, seja qual for o sentido, basta que sejam Vencedores. 
Ajudai a morrer os vencidos. 
Gritai nas razões das vossas existências que tendes direito a uma pátria civilizada. 
Aproveitai sobretudo este momento único em que(...)a Europa vos convida a entrardes prà Civilização. 
O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. 
Coragem, Portugueses, só vos faltam as qualidades.
...»

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