O imenso circo nacional !
Portugal é hoje um circo protagonizado não só pelo poder politico e os media, mas agora com a “brilhante inovação” e a introdução de competição televisionada entre “comentadores“ políticos, ao estilo já bem antes conseguido dos comentadores desportivos, e que estão a arrastar multidões de povo e (pasme-se!) campeões de audiências. Vivemos pois, tempos insanos e de intensas paixões “politicas”, seguindo o modelo da politica teatralizada, tal qual o fenómeno do futebol, sendo que o senso-comum, e mais ainda a razão, estarão cada vez mais ausentes em parte incerta.
Esta encenação e dramatização transformou a politica num patamar idêntico e ao nível do futebol ou de um qualquer degradante “reality show”, motivando que todo o “não facto” serve para levar as paixões ao rubro e suscitar discussões acesas, por parte de todo um povo assim vilmente manipulado. A politica passou-se assim para o domínio mediático do entretenimento e criando simultâneamente no povo a ilusão de participação e esclarecimento político.
A politica espectáculo transformada num fenómeno de massas é de facto a última proeza nacional, levada a cabo pela máquina de propaganda eficaz deste sistema político, e que se percebe bem ser já irrelevante e incapaz de resolver os verdadeiros problemas que afectam Portugal, e o estão mesmo a deixar na beira do abismo.
Nunca como antes se falou tanto em “shares” de audiências, quem foi o vencedor da noite ou de que forma os comentários afectarão as acções do governo ou do presidente mumificado, e todo um manancial de irrelevâncias sem qualquer sentido, e até diria mesmo abjectas, sobre aquilo que deveria ser de facto a nobre “arte de governação do país” e de assegurar o seu futuro.
Quando a politica espectáculo deslumbra um povo inteiro deste modo, isso só significa que a política séria, a que deveria tratar dos problemas reais da nação, deixou de existir e se tornou irrelevante.
E sobretudo uma encenação que foi montada para que o povo possa ser distraído de tudo quanto é sério e afecta letalmente a nação, como a nossa cada vez maior perda de soberania nacional, a divida externa incontrolável, a economia em perfeita decadência, a enorme despesa do estado que está intocável, sobre os imensos crimes, corrupção e fraude perpetrados pelas elites na mais perfeita impunidade, pelos dislates e a corrupção que varre a Assembleia da República, entre muitas outros pérfidos actos da mais vil des-governação nacional.
Portugal é já hoje o país mais pobre da Europa, a caminho de um sub-desenvolvimento atroz e aquele em que as desigualdades sociais são já gritantes. Aliás esta situação grave que o país vive já mereceu a atenção e alertas por parte de organizações internacionais como a OCDE ou a Cáritas, entre outras.
Por entre tanto circo, sem qualquer governação séria e comprometida à vista e já com falta de pão, tudo irá piorar e muito.
Espero que os mágicos e os palhaços circenses tenham um plano “c” para continuarem a animar este povo, porque é certo que o dia seguinte vai chegar - o dia da surpresa !
"Do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo." [Denis Diderot]
Francisco Gonçalves.
(francis.goncalves@gmail.com)
08 Abril 2013
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