CORRUPÇÃO VERSUS DESENVOLVIMENTO NAS SOCIEDADES MODERNAS


(...).
"Mas, para além destas evidencias empíricas, que relacionam a corrupção e o desenvolvimento, diversos estudos académicos foram realizados com esse fim, tendo estes chegado, com maior ou menor grau, à conclusão da existência de uma relação directa, pelo menos tendencial, entre a transparência governativa e o investimento a longo prazo, e consequentemente com o desenvolvimento, como se pode observar no Gráfico 3, onde estão sintetizados quatro estudos. "

"Um desses estudos foi liderado por Daniel Kaufmann, especialista do Banco Mundial, que chegou mesmo a referir publicamente que com o “fim” da corrupção os países poderiam triplicar o seu rendimento per capita e aumentar drasticamente os níveis de satisfação de necessidades básicas, 
como a diminuição da mortalidade infantil, o aumento da escolarização e da esperança de vida, bem como a redução das desigualdades sociais. ". (..).

Para além destes, muitos outros estudos também reconheceram o fenómeno da corrupção como causador da redução do investimento e, em particular, do investimento directo estrangeiro, hoje em dia cada vez mais fundamental numa economia globalizada.
A corrupção potencia, ainda, as pressões sobre o orçamento de Estado, direccionando o investimento público de áreas básicas como a educação, saúde e segurança para projectos em áreas onde as “luvas” e comissões são maiores, como as grandes infra-estruturas rodoviárias, aeroportuárias e outros “elefantes brancos”.

A corrupção reduz, também, a efectividade das políticas sobre o aparelho produtivo, encorajando os empresários a operarem em sectores de economia paralela, em violação da legislação fiscal e reguladora das actividades económicas, pressionando, pelo lado das receitas, o orçamento de Estado.
Em suma, a corrupção poderá ser o grande obstáculo ao desenvolvimento económico e social, como considerou recentemente o Banco Mundial, estimando que mais de um trilião de USD era pago em subornos todos os anos. (...).


Extraído de um trabalho académico elaborado por
Auditor: Luís Manuel Barbosa da Costa
Orientadora: Mestre Cláudia Maria Cruz Santos

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